Brasil e Mundo
Três de Maio: Dia Mundial da Liberdade de Imprensa
Mundo celebra hoje 30º aniversário da data
Publicado em 03/05/2023, por Erica Machado.
No dia três de maio o mundo celebra Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A data, instituída em 1993, é a mesma em que foi assinada dois anos antes a Declaração de Windhoek.
A capital da Namíbia, Windhoek, reuniu jornalistas africanos em 1991 que participaram do seminário “Como promover uma mídia africana independente e pluralista”, convocado pela Unesco.
O texto final do evento abordou justamente a importância do pluralismo e da independência da mídia africana e serviu como exemplo a ser seguido pelo resto do mundo.
Com base nele, a Assembleia Geral da ONU de 1993 proclamou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, após uma recomendação aprovada na 26ª sessão da Conferência Geral da Unesco, em 1991.
A data de 3 maio também foi baseada no Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz:
“Todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”.
Desinformação e discurso de ódio
O tema do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa este ano é “Moldando um futuro de direitos: liberdade de expressão como um motor para todos os outros direitos humanos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que “toda a nossa liberdade depende da liberdade de imprensa”. Para ele, o funcionamento pleno do setor é a base da democracia e da justiça.
Mas ao alertar que essa liberdade está sob ataque, ele destaca que a verdade vem sendo ameaçada pela desinformação e pelo discurso de ódio que confundem os limites entre fato e mitos, entre ciência e conspiração.
Concentração da mídia
Guterres adiciona que a crescente concentração da indústria da mídia nas mãos de poucos, o colapso financeiro de dezenas de organizações de notícias independentes e um aumento de leis e regulamentos nacionais que sufocam os jornalistas estão expandindo ainda mais a censura e ameaçando a liberdade de expressão.
Jornalistas e trabalhadores do setor são visados enquanto realizam seu trabalho, sendo assediados, intimidados, detidos e presos.
Segundo o secretário-geral da ONU, pelo menos 67 trabalhadores da mídia foram mortos no ano passado. Isso representa um aumento de 50% em relação a 2021.
Quase 75% das jornalistas sofreram violência online e uma em cada quatro foi ameaçada fisicamente.
Fonte: ONU