No dia 04 de outubro aconteceu na Sede da associação na comunidade de Carreiras a eleição da nova mesa diretora da AAGRIFAM -  Associação dos Agricultores Familiares de Ouro Branco para o Biênio 2024/2025. Ficou composta por:

Presidente: Eustáquio Oliveira Lopes

Vice presidente: Paulo Vitorino de Miranda

Tesoureiro: Roberto Cézar Vieira

Secretário: Hudson Sagrise da Paixão Santos

Conselho Fiscal: Marcelo Dias Fernandes, Cidiclei Ivonei dos Santos e Valdirene Adriana de Souza

Fundada em 2012, a associação fornece hoje cerca de 10 toneladas semanais e atende atualmente cerca de 128 escolas dentre elas municipais, estaduais e federais, nas cidades de Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Queluzito, Casa Grande, Cristiano Otoni, Caranaíba, Itaverava, Monsenhor Isidro e Desterro de Entre Rios. Além do Hospital Raimundo Campos, do IFMG de Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. São mais de 30 mil alunos que desfrutam de uma alimentação mais saudável com alimentos frescos. São mais de 100 famílias envolvidas e beneficiadas pela agricultura familiar.

No Brasil, a agricultura familiar corresponde a 77% dos estabelecimentos agropecuários e ocupa 80,9 milhões de hectares de área, representando 23% do total de estabelecimentos rurais do país, segundo último Censo Agropecuário realizado em 2017. O Censo Agro é a principal e mais completa investigação estatística e territorial sobre a produção agropecuária brasileira, contemplando informações sobre a estrutura, a dinâmica e o nível de produção dessa atividade econômica no país. O IBGE tem sido responsável por esse trabalho desde a fundação do Instituto, em 1936. Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa das famílias brasileiras é proveniente da agricultura familiar. Esta forma de agricultura é caracterizada pela gestão familiar, mão de obra majoritariamente familiar, uso de pequenas áreas de terra e uma grande diversidade de cultivos.

De acordo com a Lei 11.326/2006, que regulamenta esse tipo de atividade, a agricultura familiar é aquela que efetua tarefas no meio rural, além de atender aos seguintes critérios:

●        ter uma área de, no máximo, quatro módulos fiscais;

●        usar a mão-de-obra da própria família na maior parte das atividades;

●        ter um percentual mínimo de renda originada de suas próprias atividades;

●        ter as atividades gerenciadas pela própria família.

A lei também abrange os seguintes grupos:

●        pescadores, silvicultores, extrativistas e aquicultores;

●        quilombolas, indígenas e assentados da reforma agrária.

Os produtores que se enquadram na agricultura familiar, tem algumas vantagens como, linhas de crédito e financiamento, tem papel central e efetivo na construção do desenvolvimento sustentável, conta com apoio de políticas públicas específicas e a valorização no mercado.

É fundamental ressaltar a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar do Brasil. Essa modalidade de agricultura é responsável pela produção de uma grande variedade de alimentos, incluindo grãos, hortaliças, frutas, legumes, quitandas, entre outros, que abastecem os mercados locais e regionais. Além disso, a agricultura familiar contribui para a preservação do meio ambiente, utilizando de pequenas parcelas de terra para cultivar.

Outro aspecto relevante é o impacto social da agricultura familiar. Ela é uma importante fonte de emprego e renda nas áreas rurais, contribuindo para a fixação da população no campo e a diminuição do êxodo rural.

No entanto, a agricultura familiar também enfrenta grandes desafios. A dificuldade de acesso a recursos, como crédito agrícola e assistência técnica, a escassez de infraestrutura e a burocracia são obstáculos que limitam o potencial produtivo desse setor. Além disso, as mudanças climáticas representam uma ameaça crescente para os agricultores familiares, que muitas vezes não têm os recursos necessários para se adaptarem a condições climáticas adversas.

Apesar desses desafios, a agricultura familiar no Brasil possui potencialidades notáveis. A diversidade de cultivos e técnicas agrícolas utilizadas pelos agricultores familiares pode ser uma vantagem na busca por sistemas de produção mais sustentáveis e resilientes. A agroecologia, por exemplo, ganha destaque nesse contexto, promovendo práticas agrícolas que respeitam o meio ambiente e valorizam a cultura local.

Ademais, políticas públicas voltadas para a agricultura familiar têm o poder de impulsionar esse setor. Programas de apoio, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), podem facilitar o acesso a recursos financeiros e técnicos, enquanto a promoção de feiras locais e a compra de alimentos da agricultura familiar pelo governo através do PNAE, programa nacional de alimentação escolar, fortalecem os mercados regionais.

A agricultura familiar no Brasil desempenha um papel vital na produção de alimentos, na inclusão social e na sustentabilidade. Apesar dos desafios, a AAGRIFAM vem em crescente desenvolvimento, realizando parcerias e aumentando seu apoio no setor. Neste último mandato, recebemos, em comodato, nossa nova sede na Comunidade de Carreiras, caminhão baú, dois tratores e diversos implementos, oriundos de emendas parlamentares de deputados que apoiam nosso trabalho e repassam para a Prefeitura de Ouro Branco que por sua vez, cedem esses equipamentos para nossa entidade. Sociedade civil, governo e entidades sérias são o melhor caminho para uma sociedade melhor " enfatiza Eustáquio presidente da AAGRIFAM.