Cidade

Consórcio das Meninas realiza campanha de doação de fraldas geriátricas em Ouro Branco

Grupo de mulheres realiza campanha de arrecadação e distribuição mensal de fraldas geriátricas para a população acamada


Publicado em 28/07/2021, por Jaciara Lima.

A campanha de arrecadação e doação de fraldas geriátricas foi uma iniciativa do Consórcio das Meninas, um grupo de mulheres que existe há 9 anos, e é composto por cerca de 10 participantes que se reuniam mensalmente para, além do consórcio, aproveitarem o momento entre amigas. Foi em 2020, ano em que a pandemia começou, e elas também precisaram se afastar, e suspender os encontros, a partir daí o consórcio se configurou como um grupo de ação social. Na saudade e no espaço de pensar ações, já que elas eram muitas mulheres unidas, e sabiam que algumas pessoas tinham grandes necessidades, surgiu a proposta de se juntarem para realizarem a doação de fraldas geriátricas. Mariângela Barroso Costa Couto nos contou que “como são muitas mulheres, de vez em quando uma entidade ou outra da cidade aqui de Ouro Branco, pedia para a gente alguma coisa. A gente fazia umas coisinhas assim, nada oficial, nós juntavamos para doar para alguma entidade.” 


As primeiras ações do grupo foram a pedidos de entidades, como o Lar de Idosos e a APAE, a partir disso, elas começaram a pensar nessa demanda por fraldas geriátricas. “Nós nunca tínhamos visto uma campanha de fraldas especificamente, e vimos que não são só idosos que precisam. Existem muitas pessoas acamadas que são jovens, crianças, adolescentes e senhoras que ainda não são idosas.” afirma Mariângela. Com a campanha em andamento, as demandas começaram a surgir, e hoje, cerca de 25 a 35 pessoas são cadastradas para o recebimento mensal. O número de pessoas acolhidas e fraldas doadas pode variar a depender do crescimento ou diminuição de demandas dessas pessoas. Mesmo assim, as entregas mensais podem chegar a 2600 fraldas, e as integrantes se comprometem com a  entrega de no mínimo 2200 por mês. 


Todas as pessoas que pedem assistência do grupo, precisam realizar um cadastro que conta dados como: nome completo, número de integrantes na família, se a casa é própria ou alugada, as idades e a renda dessas pessoas. O controle feito pelo cadastro garante a organização e a assistência dessas famílias, inclusive para outras ações, como ajuda em remédios, alimentação e até atendimento médico especializado. As integrantes também se certificam de que tudo esteja bem na casa dessas pessoas e mantém contato com os familiares. Mensalmente, durante as entregas e com os cuidados necessários por conta da pandemia, Mariangela, a responsável pela maioria das entregas, confere pessoalmente se tudo vai bem. Marta Cristina Pereira Ferreira ainda afirma que “se acontecer de uma pessoa ser mal cuidada, a gente não entrega as fraldas, justificamos com isso, acionamos o CRAS e pensamos em outras ações. Já aconteceu uma vez. Todos os meses ligamos para as famílias para conferir a situação, se a pessoa precisa de mais fraldas ou menos. E as pessoas são muito honestas, sempre respondem bem.” 


Marta também reforça outra questão importante, segundo ela, muitas pessoas vão até o grupo dizendo que o governo oferece fraldas para essas pessoas, mas ela afirma que existem casos, como os de internação em hospitais, que a família precisa arcar com as fraldas e itens básicos de higiene pessoal. “Já aconteceu um caso de uma pessoa atendida por nós ser internada em Belo Horizonte e nós precisamos mandar fraldas para ela. Fazemos isso porque as famílias se sentem acolhidas por nós e sempre nos procuram. Se falta comida, se falta gás, se falta algum remédio, se a pessoa está com algum problema. Nós abraçamos a causa. Neste mês doamos cobertores porque estava muito frio e algumas pessoas urinam muito durante a noite e fralda não dá”. 


A arrecadação não fica só entre elas, Mariangela afirma que “São cerca de 2800 reais mensais para a compra dessas fraldas. O dinheiro vem de muita gente boa que deposita, fazem Pix, na verdade nós não somos ainda uma associação, não temos registro de ONG, é, as contas são de duas Voluntárias do grupo. Recebemos muitas transferências pelo Pix, inclusive de gente que faz doação mensal.” Para manter a campanha, elas também promovem lives com vendas de comidas,leilões de roupas, rifas e sorteios de cestas. Existem 3 pontos de Arrecadação em Ouro Branco: O Studio de Pilates Tati Marcondes, o Studio Physicus de musculação e a loja Shop Store. Muitas pessoas também doam fraldas diretamente na casa de algumas das integrantes do grupo. 

 

Para Mariângela, a realização da campanha “é uma possibilidade maravilhosa que a gente tem de poder ajudar, é bom demais, é muito enriquecedor.  A gente cresce muito como pessoa, como cidadãs e como amigas também. Assim fortalecemos nossa amizade”. Perguntada sobre a possibilidade da campanha de fraldas também se tornar uma política pública em Ouro Brando, ela reforça: "Se o poder público puder assumir, seria o ideal, porque seria uma coisa certa. Nós estamos há um ano, mas não temos certeza até quando isso vai poder acontecer. Nós precisamos seguir unidas e precisamos do apoio das pessoas e não sabemos até quando vai ter. Uma pessoa que ajuda até regularmente hoje pode parar amanhã por algum motivo ou outro, isso pode acontecer com muitos e atingir a campanha e ela ficar fraca. Quando vira lei é uma segurança para estas pessoas”. 


Hoje o grupo é composto por 9 mulheres, sendo elas: Marta Cristina Pereira Ferreira, Mariângela Barroso Costa Couto, Eneida Maria Barroso Costa Montebrune, Regina Celi de Vasconcelos  Almeida, Maria de Fátima Rodrigues Santos, Michela Pereira Souza Lima, Claudia Cristina Pereira de Paula Caldas, Sara Fatima de Souza Trindade e Sirley Martins Borges.