Cidade
Mãe e Pãe de Ouro, conheça Mauro de Alencastro e seus filhos
Os cuidados e zelo materno estão presentes nos mais variados formatos de família
Publicado em 07/05/2021, por Bruna D'Ângela.
Mauro assumiu sozinho às responsabilidades de pai e mãe com o casal de filhos Verônica e Marcelo.
O mundo mudou e com ele as mudanças chegaram também ao universo familiar. Constituir uma família nada convencional e mais comum que imaginamos. São muitos os pais e mães que assim o quiseram, outros, no entanto, enfrentam o desafio após experimentar o rompimento de uma relação. De qualquer forma criar um filho sendo solteiro (a), é uma experiência complexa, mas pode converter-se no melhor de nossas vidas.
Os pais que são 'pães', ou conhecidos como pais solos, ou pais solteiros, vivem a experiência de criar um filho(s) sem a figura materna. Para o IBGE, 3% da população brasileira é composta por pais solos, que realizam essas tarefas com pouca ou nenhuma ajuda de terceiros.
Assim aconteceu nós anos 80 com Mauro de Alencastro de 68 anos, quando se viu na função de pai e mãe de seus filhos após o rompimento do relacionamento com a mãe das crianças, quando a filha com sete anos decidiu ficar ao lado do pai e posteriormente, aos 12 anos, o filho também foi morar junto dos dois. Deste momento em diante o pai assumiu a responsabilidade da criação dos filhos. A rotina diária de cuidar de uma criança é pesada, imagina duas, mas isso não significa que os homens não têm capacidade para tal função. O momento exige que somente os valentes e que entende de responsabilidade, que cultiva o amor sábio e digno, o enfrentam, e não por obrigação, mas por carinho e dedicação.
Para ele “estamos culturalmente configurados para desempenharmos vários papéis, sendo de mães e pais nesta fria e ocidentalizada sociedade em progressão. E neste panorama, a mãe está incumbida de primeiramente prover aos filhos o afeto, enquanto o pai, quase sempre, os sustenta mais com a razão do que com sentimentos. No entanto, por fatores circunstanciais, ou um ou outro poderá se ver na responsabilidade de, sozinho ou sozinha, assumir a sublime mas difícil tarefa em apresentar aos filhos, as mínimas noções essenciais para um sequenciamento de possível existência feliz e interativa.
A família mudou para Ouro Branco em 1991, época do ciclo do aço e da batata, Mauro era corretor de imovéis, formou-se em direito em Conselheiro Lafaiete e exerceu a função de advogado na cidade, no mesmo periodo montou uma imobiliária que se chamava Patrimovéis e lá funcionava seu escritório de advocacia, funcionou durante 15 anos na área central, no qual se aposentou e passou para filha.
A filha Veronica guarda muitas lembranças e situações que os três viverem, meu pai preencheu todos os espaços, foi aquele que cuidava, contava histórias, ia na escola, nos ensinou os vários princípios como amar o próximo, a natureza os animais, ter humildade. Fomos uma equipe, somos felizes e fizemos as coisas do nosso jeito e da nossa forma, sem rótulos e apontamentos, no fim das contas, tenho muito orgulho da garotinha decidida que fui, quando escolhi ficar com meu pai, e hoje sou essa mulher forte e determinada graças a ele.
(Mauro, os filhos, genro e netos)
Mauro finaliza “sabemos que nesta árida engrenagem em que estamos mergulhados, o afeto seja um produto humano deveras escasso e nos pais/mães e mães/pais estamos diante de emocionante desafio, propiciador de gratificante experiência de amor, dignidade e recompensas mil”
Parabéns à todos os pães por maravilhosa comemoração!