Cidade
Pãe e filho, uma relação que vale mais do que qualquer tesouro
Publicado em 14/05/2021, por Bruna D'Ângela.
Com a mudança nos padrões de organização da família tradicional, muitos homens têm assumido o papel de mães. Arcar com as responsabilidades de assumir uma criança sem poder contar com uma parceira, para dividir tarefas, gastos financeiros, dentre outros cuidados, agora também fazem parte do cotidiano de muitos homens, que sozinhos, criam seus filhos, mais conhecidos como Pãe ou Pai solo.
Segundo levantamento do IBGE a fatia de famílias com filhos em que só o pai está presente já chega a 3,6% no país, o percentual parece pouco, mas cresceu 16% em dez anos, até 2015, que foi o último dado disponível. Essa mudança nos papéis é cada vez mais perceptível na sociedade, segundo pesquisadores, psicanalistas e juízes da área de família.
Realidade vivida por Fernando Marcos de 43 anos, pai de Pedro Phillipe de 11. Depois do nascimento do filho, houve o rompimento da relação com a mãe da criança e Fernando resolveu assumir a paternidade e levar o filho com quase 1 ano para morar com ele. O comerciante conta que resolveu encarar essa responsabilidade sozinho por que sabia o que queria, ter um filho era seu sonho, “de uma hora para outra me vi com aquele serzinho surgindo em minha vida, mudança de rotina, responsabilidades dobradas, tempo livre diminui, porém, meus dias foram mais alegres e cheios de vida."
Somos 4 filhos, sou o primogênito, comecei a trabalhar cedo, seguindo a profissão de meu pai, morei em várias cidades e estados diferentes, tive a oportunidade de trabalhar em ótimas empresas, adquirir conhecimentos grandiosos. Passei por momentos muito difíceis, sou um homem de muita fé, Deus me abençoa todos os dias, tive a oportunidade de vir morar em Ouro Brancoe continuar minha história, me sinto lisonjeado, a receptividade aqui é maravilhosa.
Quando Pedro era bebê, minha mãe que cuidava dele para eu trabalhar, mas ela necessitou de um tratamento médico bem sério, do qual impossibilitou de me ajudar. Então ele foi ficar uns tempos com os avós maternos, para que minha mãe fizesse o tratamento, foram longos 6 meses. Eu estava de folga do trabalho e fui pescar, mas mesmo ele estando na casa dos avós, eu sempre estava presente. Resolvi ligar e disse que iria pescar um bom peixe para ele, foi uma choradeira medonha no telefone, ele queria estar comigo e ir à pescaria, como sempre fazíamos, os avós o acalmaram e eu fui pescar. No outro dia pela manhã, meu telefone tocou cedinho, era minha mãe me pedindo para retornar às pressas, pois tiveram notícias da mãe do Pedro que ele estava gaguejando muito e chamando por mim. Eles já estavam indo busca-lo e levariam ao médico no mesmo dia a tarde. Foi apenas um susto, segundo o médico a gagueira era emocional, devido ao nosso afastamento. Assim que ele veio pra casa conosco, já teve uma melhora e em dois dias não gaguejava mais.
Sou um pai de sorte, ele sempre teve bom sono, não fica doente fácil. Ele conta que já passou muito perrengue de coisas que justamente nunca imaginou ter que fazer, foi desafiador, mas Deus e meus pais me ajudaram muito. Foi eu quem curou seu umbigo, dava banho no primeiro mês de vida”. Fui fazendo as atividades com ele na base da tentativa e do erro, assim fomos crescendo juntos.
Para Fernando foi a melhor decisão de sua vida, “somos grandes amigos, meu filho e meu companheiro, hoje tenho um homem educado, atencioso, obediente e esforçado em casa, de um coração qual jamais vi. Ser Pãe é um avanço bem trabalhoso, mas que tem um pagamento maravilhoso, um simples sorriso.
Pães ou mães, nosso agradecimento e reconhecimento.