Cidade

A força feminina na tradição dos rodeios

Ourobranquense foi campeã em sua categoria


Publicado em 08/11/2021, por Bruna D'Ângela.

Aos 19 anos, Ana Clara Barbosa vem mostrando a força das mulheres e rompendo a barreira do preconceito no rodeio, lugar predominantemente masculino, elas vêm ajudando a escrever uma nova história no mundo dos rodeios.

Cresci vendo meu pai fazer rodeios, e fui pegando amor pelo esporte, monto desde os 15 anos, e minha família me apoia desde então. Vida de peão é arriscada e os acidentes fazem parte da carreira, é preciso habilidade e muita força”, explica ela. Já montei em grandes rodeios, como em Barretos e fui campeã em minha categoria em outubro de 2021 no Mexico.

A Festa do Peão de Barretos é uma festa do peão de boiadeiro que acontece a mais de 60 anos na cidade de Barretos, no estado de São Paulo. A festa é tradicionalmente organizada e promovida no mês de agosto pelo clube "Os Independentes". Entre as tradições presentes na festa estão, além do rodeio, shows de música sertaneja e a queima do alho. Segundo o site “Os independentes”, a associação foi fundada em 1955 por um grupo com 20 amigos, sem nenhuma mulher como sócia, e continua assim até hoje.

Com uma rotina apertada, ela treina com suporte e orientação do pai, no curral do sítio onde mora, em Ouro Branco. Para Ana Clara montar em um boi e se manter por oito segundos em cima do animal, tem que gostar muito, porque é adrenalina pura, tem que ter pulso firme, é uma emoção muito grande, sentimento indescritível. Mesmo o rodeio sendo um esporte tão bruto, não perdemos nossa vaidade, estou sempre me arrumando e adoro estar maquiada.

Além do amor pelo rodeio, Ana Clara também é apaixonada por cavalos, sua paixão e o Baruk, nome de seu cavalo, não abre mão dos passeios diários e das cavalgadas, ela mesma gosta de tratar e cuidar dele.

 

Eu acho que é preciso dar uma igualdade, tanto nas competições, quanto nos patrocínios, eu participo das competições de Montaria em touro, na categoria feminina. Hoje eu vivo disso, mas não é fácil. Ainda existe muito preconceito com as mulheres. A cada desafio, vamos superando todo tipo de preconceito, ofensas e discriminação, ainda nos olham com descrédito, não querem ver as mulheres nessa profissão. É como se tivéssemos que provar o tempo todo que somos boas.  Hoje, já somos referência para muitas mulheres correrem atrás de seus sonhos e que querem seguir essa carreira nos rodeios relata Ana Clara.

 

Apesar da ONU - Organização das Nações Unidas ter definido em 1975 o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, os avanços rumo à igualdade apresentam ainda várias barreiras, inclusive salariais. Nenhum direito foi dado às mulheres. Tudo foi conquistado com muita luta e protestos, principalmente no Brasil. Mas essa realidade está sendo, aos poucos modificada, e as mulheres hoje já são destaque em diversas profissões.

 

 

Fonte: https://www.independentes.com.br

 

Imagens são do arquivo pessoal da Ana Clara