Cidade
Mês das Mães também revela boa relação entre madrasta e enteados
Publicado em 19/05/2021, por Bruna D'Ângela.

Mês de maio, mês das mães, chama-se atenção para outras mulheres que não são mães, mas desempenham o papel de cuidado e responsabilidade como tal. Você já ouviu a expressão “Mãedrasta”? É uma forma carinhosa que os esteados(as) costumam chamar aquela pessoa que eles consideram como mãe. A palavra madrasta está envolta em conotações negativas desde a antiguidade, mas a palavra saiu do latim popular matrasta, de significado idêntico: a nova mulher do pai, que trata-se de uma das derivadas de mater. Nos contos de fada na maioria das vezes ela ocupa lugar de má, mas na vida real elas são mulheres que passam longe dessa fama de vilã.
É o caso da Adriana Márcia de 45 anos natural de Ouro Branco, mais conhecida como Pinta, que viu sua vida mudar quando se casou com Gilson de Jesus de Porto Seguro de 34 anos, pai de dois meninos Eduardo e Samuel, “é que a gente não escolhe, mas abracei e fui me descobrindo” conta.
Os meninos vieram passar férias conosco em dezembro de 2014, relembra Adriana, foi uma época de crise, meu marido tinha ficado desempregado, estávamos todos na casa da minha mãe, quando foi em fevereiro de 2015 a mãe das crianças pediu ao pai que ficasse com eles, pois estava sem condições de cria-los. Foi uma surpresa para nós dois, fiquei desesperada pois estava começando a construir. Liguei aos prantos para minha mãe, “o que vou fazer? não tenho casa? marido desempregado e duas crianças uma de 4 um de 6 anos, me ajuda?”, minha mãe muito sábia me disse “você pediu tanto a Deus um filho, que ele te deu do jeito que ele pode”. Foi uma lição, engoli o choro e naquele momento, agradeci a Deus e abracei a causa.
E fomos à luta, aluguei um quarto na casa de uma amiga, o que dava no momento. Com o acerto do meu marido e meu trabalho semanal e os trabalhos extras a noite e finais de semana como garçonete, colocamos nossa casa de pé em apenas 4 meses. Ganhei dois filhos do coração, duas crianças com suas dificuldades intelectuais, mas que conseguem ser ainda mais especiais. No início e preciso um pouco de paciência, mas apesar de todas as dificuldades e lutas hoje me sinto realizada como mãe. Agradeço a liberdade que o meu marido me deu para cuidar das crianças, outro fator que influenciou muito na construção da pessoa que sou enquanto mãedrasta deles, alias me acho uma ótima “‘Boadrasta”.
Sempre tive o sonho de ser mãe, deixei de lado todas as diferenças, os meninos são tratados com todo amor e afeto possível. Procuro sempre olhar eles com carinho, colocando o sentimento a frente de qualquer dificuldade”, afirmou ela.
Adriana conheceu o marido em 2013, foi em um aniversário do sobrinho em Carreiras. Ele morava com o cunhado em Itabira. Começou com uma troca de olhares, uma risada aqui outra ali e fomos nos conhecendo.
Ninguém acreditou que daria certo, por causa da minha idade e porque já fui casada quatro vezes. Mas deu certo, fiz o casamento dos meus sonhos, foi em um lindo local, ao ar livre em uma tarde de sábado, com meus enteados levando as alianças, lá se foram 8 anos, estamos mais juntos que nunca né Bahia Gilsinho.
( Eduardo, Gilson, Adriana e Samuel)
