Artur Carvalho de Amaral Gurgel
Pequeno rol de quereres
Publicado em 06/07/2022, por Artur Carvalho de Amaral Gurgel.
É fato que todos que estamos vivos, temos sonhos, dormindo ou acordados. Tenho muitos. Pensei em listar aqui, coisas que desejo para a minha cidade de Ouro Branco. Minha, sim, porque, como já disse e reafirmo: ‘Eu não sou de Minas, Minas é que é de mim’. Entretanto, deixarei essa tarefa para a próxima semana, tendo em vista que, lembrei do antigo poema abaixo, pertinente ao tema desejos, (todos os poemas são antigos pois, como bem sentenciou o incrível, Mario Quintana: jamais datar poemas, é o que faço), poema de autoria de um carioca de Vila Isabel, que um dia fui. Avaliem:
PEQUENO ROL DE QUERERES
Sonhei
Que os doentes tinham leito e saúde,
Os sem-terra, terra,
Os sem casa, casa,
Os sem marido, amantes.
Camelôs? Emprego,
Orgasmos, os sem pudor.
Os táxis, passageiros.
A Rua São Paulo, livre para se andar.
As escolas ensinavam,
O povo aprendia a votar.
Havia ozônio, micos dourados,
Não eram falsificados.
Periquitos, papagaios, gaivotas, gays...
Todos amados, encontrados, preservados.
Negros e mulheres com cidadania,
A Vila Isabel, outra vez, campeã.
Ainda nisso,
O frevo “Lenhadores” passou,
A vida, Carnaval virou.
A genitália exposta,
Perguntaram, quem se importa?
Cada um falou o que pensa e gosta,
Toda pergunta teve, então, resposta.
Artur Carvalho de Amaral Gurgel
Professor Me. / Poeta