Para cada pessoa o ano que encerra representa uma finalização de um ciclo e a esperança de oportunidades de um ano melhor. Preocupa-se muito com o futuro, com a passagem do tempo e com o que nem mesmo pode acontecer.

Ao longo do tempo a humanidade se perdeu, havia em cada um de nós o poder da Divindade inata, que crescia naturalmente, como flores na primavera. Éramos leais e verdadeiros, existia a Divina Comunhão com as Forças Sagradas dentro de nós e a nossa volta, porque tudo sempre foi uma unidade sucessiva e ininterrupta de TODAS as coisas.

Nossos corpos eram instrumentos de abertura para que essa força maravilhosa e potente, fluía como água, que jorra de sua fonte eterna. Não havia preocupação com o amanhã e não havia medo.

As verdades se transformaram em mitos, certezas desapareceram e crenças foram criadas.

O tempo na terra para o corpo físico tornou-se um desafio, pois envelhece e morre, mas para o espírito é um grande aprendizado, pois a vida não é finita.

Quando você começa a se desligar dos dogmas e de tudo o que aprendeu, se embrenhando em caminhos desconhecidos, pode ser uma grande aventura, o retorno a origem. Você se abre ao desconhecido, a fonte de todas as coisas.

Essa busca é minha, pode ser sua, da nossa existência, do nosso passado, presente e futuro. Sempre querendo descobrir algo a respeito do que não é compreensível hoje.

Devemos deixar que prevaleça a verdade que existe dentro de nós, a dúvida faz parte, a ignorância não. O que devemos procurar é a verdade na nossa consciência, na nossa capacidade de acreditar, se isto ainda é possível. Contudo, penso que cada pessoa traz dentro de si algum sentido da sua própria existência, basta querer encontrar. 

Esqueça o tempo, sua idade, o amanhã, tenha fé sempre em recomeços, porque para o espírito não há idade, nem tempo e nem limites.

Aprenda que nossa própria mente pode nos sabotar, o medo faz retroceder e paralisa. A grande lição é que tudo no plano físico é momentâneo e nada é imutável, tudo pode ser aprimorado. Se você percebe e aprende bem a lição, é possível continuar seguindo sem perder a noção e não esquecer quem você é.

Quando a linha tênue entre a ilusão e a realidade se rompe, é preciso ter um espírito combativo, reprogramado e consciente, sem apegos para estar ciente em novos propósitos.

Porque nada será como antes, quando abrir esse portal em si mesmo, você decidirá se quer atravessar ou não. Ver mais longe e estar aberto sempre é um desafio, várias faces se projetam e se conhecer pode ser muito denso, como um abismo. Mas lembre-se que é de grandes alturas que se tem uma ampla visão.

Ao nascer não temos medo, uma criança cresce experimentando, o que existe são possibilidades. Vamos vivenciar a todo momento nossas dualidades, serpenteando entre o bem e o mal conforme nosso entendimento e nossas escolhas.

Ao perceber quem somos, a intolerância, o preconceito e a ignorância se quebram em mil pedaços.

É possível se descobrir todos os dias, aceitar-se, reconstruir e ressurgir.

Ao encarnar uma nova fase temos a oportunidade de nos reinventar, libertar dos padrões, dos acordos, da ignorância e nos apossarmos do nosso verdadeiro “EU”, transformando nossas personalidades, emergindo nossa divindade.

Aqueles entre nós, capazes e corajosos o suficiente para se consentir e deixar fluir, encorajados a prosseguir cada vez mais fundo em busca de recuperar essa essência, descobrirá que esse poder está em nós, sempre esteve, em nossa memória etérica.

A vida não nos tira as coisas, ela liberta-nos das inutilidades, aliviando-nos para que possamos voar mais alto, para que possamos alcançar a plenitude e experimentar essa reunificação mais uma vez. 

Então para o próximo ano não se apegue ao tempo e sim em recomeços.

Gratidão.