Clara Corrêa

Por que choramos na terapia?


Publicado em 18/11/2024, por Clara Corrêa.

Para muitas pessoas, a ideia de chorar na frente de outra pessoa é desconfortável,
especialmente quando essa pessoa é alguém que acabaram de conhecer: o terapeuta.
Contudo, o choro é uma das expressões emocionais mais comuns em um consultório de
terapia, e ele carrega um propósito profundo e, muitas vezes, libertador.

Chorar na terapia é mais do que um sinal de tristeza. É um ato de vulnerabilidade, de entrega
ao momento presente e, muitas vezes, uma expressão daquilo que foi reprimido ou adiado.
Nossos dias são repletos de pressões e expectativas, e o espaço terapêutico funciona como
um“porto seguro” para descarregar essa carga emocional. Ali, com um profissional capacitado,
somos encorajados a nos despir das máscaras que usamos no dia a dia e a permitir que
nossas emoções fluam naturalmente.

Em termos biológicos, o choro alivia o estresse e regula nosso humor. Quando choramos,
nosso corpo libera hormônios como a oxitocina e a endorfina, que ajudam a aliviar a dor e a
promover a sensação de bem-estar. Assim, o ato de chorar não é apenas um processo
psicológico, mas também fisiológico, o que explica por que muitos saem da terapia se sentindo
“mais leves” após uma sessão emocionalmente intensa.

Além disso, chorar diante do terapeuta pode ser um sinal de progresso. Ao permitir que as
emoções revisitem, a pessoa mostra que está disposta a enfrentar as questões mais profundas
e dolorosas, que confia no processo. Esse é um passo fundamental para qualquer tipo de
transformação interior, pois nos força a olhar para aquilo que tentamos evitar.

Contudo, muitos ainda sentem vergonha de chorar na terapia. É comum escutar: “Eu me
segurei para não chorar na sessão” ou “Não quero que meu terapeuta ache que sou fraco(a)”.
Mas, na verdade, o choro é um sinal de coragem, de quem está disposto a se conectar com o
que há de mais autêntico em si.

Por isso, se você sente vontade de chorar na terapia, não se contenha. Lembre-se de que
chorar não é um sinal de fraqueza, mas uma forma saudável de expressar o que está preso em
nós. Aceite o momento, sinta o alívio e permita-se continuar essa jornada de autoconhecimento
e cura emocional.

 

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