Esta frase é de um literário influenciado pela filosofia, nascido na França em 16 de abril de 1.844, seu nome era Anatole Jacques Thibault, adotou o pseudônimo de France.
Para um estudioso e conhecedor de quase tudo, Anatole France chegou a uma conclusão: “Toda educação é um enfraquecimento de certezas, logo que o homem começa a raciocinar, a estrutura da fé desaba”.

Comigo não foi bem assim, a filosofia foi a porta para a espiritualidade, enquanto muitos dizem que a filosofia cria ateus, eu vi toda potencialidade de Deus em vários deles.
Lendo incansavelmente vários pensadores e filósofos tive a certeza de que filósofo é acima de tudo um analítico cristão, trazendo à tona reflexões enigmáticas e profundas sobre humanidade e a fé.
O fato é que muitas pessoas continuam confortavelmente vivendo suas vidas sem questionar, sem se importar com perguntas inconvenientes que despertam uma outra realidade. Na verdade, somos assim mesmo, apegados a normalidade aparente da ilusão.
Através das minhas pesquisas e estudos sobre filosofia e espiritualidade, muitas vezes em determinado momento vinha um enfraquecimento motivado pelo apego as crenças e a religião, somado ao descredito das pessoas ao meu entorno. Mas não recuei.
Eu fiquei tão envolvida neste processo que iniciei um estudo que denominei “A busca”, enquanto lia vários livros sobre o tema, fazia resumos e anotava minhas considerações que finalizou num livro que nunca concretizou, porque cheguei à conclusão que a busca é eterna.

Anatole France traduzia bem o que eu sentia quando iniciei o livro em 1987, a minha questão pessoal, os meus questionamentos fora do padrão de uma jovem de interior, que não era compreendida. E quanto mais eu buscava “Deus”, mais distante ficava da religião. Um pensamento que revela bem meus sentimentos na época era esse: “Não é pela reflexão e pelo intelecto, mas pelo sentimento que alcançamos as mais altas e puras verdades... o pensamento é coisa apavorante. É o ácido que dissolve o universo; se todos os homens fossem postos a pensar, imediatamente o mundo cessaria a existir... As nações vivem mergulhadas em mitologias, retiram das lendas as ideias necessárias à sua existência... Religiões estão a nascer bem diante de nossos olhos... E proclamam que têm suas fés baseadas nas ciências... Entretanto, tudo é possível, até o trunfo da verdade... Não é a ilusão a verdadeira condição da vida?”.

Para essa realidade forçada, criei uma forma de viver esse “devaneio”, “sonho” ou o “produto da imaginação” através dos livros, tanto lia quanto escrevia e era meu universo em determinados momentos, porque a rotina estrangulava e moldava quem eu não queria ser.

Na sua conclusão: “O mundo é uma tragédia escrita por um excelente poeta”, reflete sua batalha interna, a educação de toda uma vida que travava uma inconsciente luta interna na sua busca, percorrendo caminhos de torturas na perda da fé. Seus desejos contraditórios lhe impuseram esperança e desespero. Seus pais o queriam padre e ele era encantado pela vida. Talvez no fim do seu caminho, esses sentimentos conflitantes causaram-lhe tanto mal que o levou ao suicídio.

Apaixonado pela beleza e pela vida foi sufocado por uma sociedade conservadora da crença e da religião. Influenciado pelas leituras de Darwin e Spencer escreveu: “Se eu fosse a natureza, não faria o homem e a mulher à semelhança dos grandes macacos, mas à semelhança dos insetos que depois de um período de lagarta viram borboletas e na última parte da vida só pensam em amor e beleza. Eu poria a mocidade no fim da existência humana... arranjaria que o homem e a mulher, desdobrando rutilantes asas, vivessem por um tempo no orvalho e no desejo, e morressem num beijo de êxtase”.

Havia e ainda há resistência aos livres pensadores, no passado esses enganos e interpretações conseguiram atrasar a humanidade em séculos. Principalmente as perseguições às pessoas que pretendiam alterar ou discordar de fatos, que na época, eram irrevogáveis por causa da ação da igreja dominadora. E ainda a Inquisição, que teve início no século 13 e durou cerca de 600 anos, onde milhares de pessoas foram torturadas, queimadas e assassinadas por líderes religiosos em nome da fé. Simplesmente por demonstrarem pensamentos contrários às autoridades da Igreja Católica e seus governantes.

Toda essa narrativa foi uma tentativa de expressar que apesar das tragédias, a vida tem poesia, que é necessário empatia em relação ao próximo, compreender que somos diferentes e temos buscas de acordo com nossa evolução. Não discrimine, não ofenda e nem avalie por baixo o que você não entende. Em todos esses anos a humanidade não aprendeu a ser tolerante, não considerou encerrar guerras, interromper o ódio, interpretar a fé. Quando estiver diante de um conflito de opinião, avalie se você está refletindo suas próprias distorções, suas crenças dominantes ou até mesmo se defendendo do que não quer aceitar.

Considere que viver pode ser um rascunho e talvez não tenha tempo de refazer o texto, então esqueça as tragédias e viva a poesia!