Elizabeti Felix
Breve abordagem sobre a espiritualidade oriental e ocidental
Publicado em 02/08/2021, por Elizabeti Felix.
Para começar é importante lembrar da diversidade cultural entre os povos, da história e da arte milenar do povo oriental, no ocidental é importante focar na interferência do poder pela manipulação religiosa, assim através do tempo, essas diferenças e experiências religiosas ficaram ainda mais evidentes.
Os povos orientais são mais meditativos e costumam ter a consciência do despertar de dentro para fora, para o oriental o homem sempre é visto de forma integral (energia, campo emocional e físico), enquanto o ocidental tem o costume de buscar Deus de forma inversa, sem se ligar muito na integração do homem, ou seja, o oriental tem uma visão mais espiritualista da vida e o ocidental a visão mais materialista.
Desta forma fica fácil compreender o porquê de muitos dos fatos recorrentes, sem uma consciência da lei do retorno não é possível temer o momento. Para quem torce o nariz para a espiritualidade e vira as costas para amigos e conhecidos que se dedicam a aperfeiçoar o espírito, fique sabendo que até meados do século VI todo o Cristianismo acolhia a REENCARNAÇÃO, que a cultura religiosa oriental já aclamava.
Lembramos da importância da história para que possamos entender nosso presente, foi no Concílio Ecumênico de Constantinopla no ano de 553 D.C, que resolveram rejeitar a reencarnação, que foi retirada do cristianismo pelo imperador Justiniano e sua esposa Teodora. Você deve estar se perguntando o motivo disto, veja bem, a esposa do Imperador Justiniano, segundo pesquisadores da história, aqui cito especialmente Vivaldo J. de Araújo, era uma escravocrata desumana, então ela temia a reencarnação, pois poderia retornar ao mundo na pele de uma escrava negra. Esse entendimento era inaceitável não só para ela, mas para toda elite monárquica. Então Teodora desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.
Você provavelmente não vai encontrar isto em livros de história tradicionais, não é interessante ressaltar essa parte para não haver conflito na fé cristã. Mas é possível o entendimento nesses mesmos livros, da manipulação política e religiosa ao longo dos séculos para manter o poder. Lembramos que numa época em que apenas clérigos e monarquia detinham o saber e somente eles aprendiam a ler, não é surpresa nenhuma manter a soberania de decisões nas assembleias dos bispos. Afirmar que a reencarnação não existia era uma forma de manter o poder da igreja e da monarquia.
Mesmo hoje com toda essa disposição de informações e tecnologia a manipulação continua, de forma mais agressiva e disfarçada. A veracidade continua sendo tabu e mantida como em séculos passados para manter o poder.
Pessoalmente não acreditava na reencarnação até começar a ler a Bíblia. Minha mãe era católica e meu pai Testemunha de Jeová e na adolescência comecei a ter estudo dirigido toda quarta-feira, às duas horas da tarde, por dois anos desde quatorze anos. Enquanto jovens iam para festas e bares, eu ia aos cultos. Mas quando jovem, não fugia à regra e era muito rebelde, não de ações, mas de pensamentos, sempre muito questionadora. Então algumas frases saltavam aos meus olhos e eu interrogava ao ponto de impacientar a pessoa que dirigia o estudo. Eram frases como estas: “Na casa do meu pai, há muitas moradas.”, “Eu não sou deste mundo”; desta forma existia uma contradição que não podia entender na época.
Segundo Vivaldo J. de Araújo, a reencarnação foi admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).
Assim, cada vez que estudava uma parte dos ensinamentos bíblicos, minha interpretação era outra, não havia motivos para continuar e encerrei esses estudos desafiando meu pai e parti para outros ensinamentos. Novos estudos me levaram a filosofia, a mitologia, ao paganismo, ao xamanismo, ao esoterismo, ao hermetismo, ao hinduísmo, ao budismo, ao espiritismo, aos ensinamentos vedas, a ufologia e a teoria da conspiração. Minha busca era incansável e cada vez mais existia uma vontade de aprender, nessa sequência foram anos de estudo e ainda é, pois o saber não tem fim e é uma investigação constante para aperfeiçoar o entendimento. Atualmente estou estudando na ABRACONESP – Academia Brasileira de Conscienciologia e Espiritualidade, está sendo muito rico e desafiador.
A vida após a morte sempre gera muitas perguntas e é entendida de forma diferente pelas religiões. Para algumas religiões orientais a questão da reencarnação é semelhante ao entendimento dos espíritas, a vida após a morte é apenas uma passagem para uma jornada que deve ser concluída pelo espírito, a morte não é o fim, mas a libertação para o começo de uma nova vida em um plano espiritual. O karma os hindus chamam de samsara, quer dizer "a roda", nascer de novo e novamente, repetindo o ciclo, porque simplesmente você não cresceu, não aprendeu com os erros e erra novamente. As situações podem ser diferentes, mas o erro permanece. O erro que você não prestou atenção e não focou na mudança, na quebra de crenças limitantes, usando a reprogramação do subconsciente para sair da roda.
No mundo espiritual não há atalhos, “entrem pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que levam para a perdição, e são muitos os que entram por ela! / Como é estreita a porta e apertado o caminho que levam para a vida, e são poucos os que a encontram! (Mt 7,13-14)-Yeshua (Jesus).
Segundo ensinamento TAU – A principal Lei Espiritual é a LEI DA EXISTÊNCIA. Essa é a principal Lei que Cristo implantou na Terra, totalmente ignorada nas Leis, Dogmas e Princípios da Fé ensinadas pelas religiões que se dizem cristãs. A Lei da Existência é a "P-O-R-T-A" que abre o reino de todas as potencialidades, pois é capaz de abrir o fluxo constante da FORÇA VITAL, abrindo o sistema interior da alma, mental superior, emoções, corpo e circunstâncias pessoais. É o elo que liga o Mundo Espiritual da Consciência Divina com o planeta.
Em muitos ensinamentos de Yeshua vocês encontrarão a prerrogativa da reencarnação “Não faças aos outros o que não queres que os outros façam a ti”; “Deus está dentro de você e ao seu redor, e não em castelos de pedra ou em mansões de madeira. Levante uma pedra e encontrará Deus. Quebre um pedaço de madeira e Ele estará ali. Quem souber o significado dessas palavras jamais conhecerá a morte...”; “Na verdade vos digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus; " Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações”; Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.”
Para muitos a ideia de reencarnação é a mesma de escravidão, nascemos constantemente na ignorância e sem recordações, entrando no ciclo de religiões e ideologias, retornando aos mesmos erros, no controle dos ensinamentos e deturpações que transformaram em religiões. Sem a recordação do que vivemos e do que fomos, sem compreensão e as ferramentas adequadas para nos libertarmos, continuamos na ignorância, repetindo ciclos. De fato, este procedimento é nada mais do que um processo de experimentação no Espírito através do Ser Humano. E é apenas isto? Claro que não.
Existem entendimentos romantizados e fatídicos sobre a reencarnação, também pode haver um certo desprezo por toda essa conceituação, além de um desconhecimento ocidental desde o berço sobre o assunto, tudo isto é difícil de vencer, mas é possível desde que você abra sua mente. Eu não tenho pretensão de ensinar religião, mesmo porque não tenho nenhuma, as experimentações, práticas, teorias e estudos me permitiram ter um entendimento sobre o assunto e AINDA estou estudando e investigando para uma melhor interpretação.
O tema é muito extenso, poderíamos introduzir sobre a reencarnação e os novos paradigmas da ciência que através de pesquisas analisam evidências, pessoas com experiências de quase morte (EQM) que relatam passar por um túnel de luz e vivenciam casos muito parecidos, há diversos estudos acadêmicos publicados e há discussões científicas para entendimento do processo.
A complexidade envolvendo esse tema faz com que muitos se percam pelo caminho, a única saída desta roda é despertar para quem realmente somos.
No próximo artigo abordaremos um pouco mais sobre o assunto.
Gratidão.